domingo, 5 de junho de 2011

As Visionárias

Blog criado por:
• Emanuele Silva - Recursos Humanos
• Kelly Matos - Marketing
• Márcia Belisário - Turismo
Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro
Comunicação Empresarial
Profª.: Cléa Jatahy


Assunto:
• História, evolução e futuro do Marketing, Turismo e Recursos Humanos;
• Nossos trabalhos e planos para o futuro;
• Ferramenta para melhorar a comunicação dentro de sua empresa.


Marketing - Por Kelly Matos

• EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO MARKETING •

   O termo Marketing, é “uma expressão anglo-saxônica derivada da palavra mercari, do latim, que significa comércio, ou ato de mercar, comercializar ou transacionar". (Cobra 1988, p. 34).
   Em meados da década de 50, nasceram nos EUA algumas disciplinas dedicadas ao estudo do mercado, congregando-se, no seu conjunto, em uma nova especialidade, a Mercadologia. Mais tarde, percebendo a limitação desta expressão para significar o estudo do mercado, os acadêmicos passaram a utilizar a expressão “Marketing” mais abrangente por usar a palavra “Market” (Mercado), com o sufixo “ing” sinalizando que as práticas mercadológicas são constantes.
   Para se ter uma visão geral adequada dos conceitos básicos do marketing, faz-se necessário conhecer a sua evolução. Enquanto prática, conceito e ciência, apresenta uma evolução histórica desde os fenícios quando utilizavam feiras para trocas de mercadorias. As pessoas utilizavam as mercadorias como moeda, prática conhecida como escambo.
   Na mesma década, no pós-guerra, o avanço da industrialização mundial acirrou a competição entre as empresas e a disputa pelos mercados gerando novos desafios. Já não bastava desenvolver e produzir produtos e serviços com qualidade e a custo competitivo para que receitas de lucro fossem alcançadas. O Cliente passou a contar com o poder de escolha, selecionando a alternativa que lhe proporcionasse a melhor relação entre custo e benefício.
   A primeira definição, segundo os profissionais da American Marketing (AMA - 1985), apresenta Marketing como “o processo de planejamento e execução do conceito, do preço, da comunicação e da distribuição de idéias, bens ou serviços, de modo a criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e organizacionais”.
   Numa visão mais ampla e atual, Kotabe (2000, p. 30) apresenta o conceito de marketing como [...] uma atividade corporativa criativa que envolve o planejamento e a execução da concepção, determinação de preço, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços em uma troca que não apenas satisfaz às necessidades atuais dos consumidores, mas também antecipa e cria suas necessidades futuras com determinado lucro . 
   Nota-se a intenção do autor de incluir criação e inovação no desenvolvimento de novos produtos e serviços ao adaptar o conceito. Além disso, entende-se que haja um movimento antecipatório por parte da organização para monitorar tendências no comportamento do consumidor e lhe propor inovações antes da concorrência, visando o alcance e a permanência na liderança do mercado. 
   Churchill (2003) reforça o conceito anterior afirmando que no contexto organizacional o papel de oferecer produtos que agreguem valor aos consumidores tem que ser visto como responsabilidade e prática constante no processo mercadológico. Para ele, o mesmo pode ser compreendido como a visão de que uma organização deve procurar satisfazer as necessidades e desejos de seus clientes enquanto busca alcançar suas próprias metas. Sua afirmação é baseada na satisfação humana e organizacional.
   Diante dos conceitos acima, Kotabe (2000) destaca cinco estágios identificáveis na evolução de marketing fora das fronteiras nacionais, tais como marketing doméstico, marketing de exportação, marketing internacional, marketing multinacional e marketing global. Os estágios serão descritos para que o posicionamento da marca seja identificado no contexto internacional.
  • 1º estágio - Marketing Doméstico
   É o marketing utilizado pelas empresas que focam apenas seu próprio país. Sua estratégia é desenvolvida conforme as informações sobre as necessidades e os desejos dos consumidores domésticos, as tendências setoriais, os ambientes econômicos, tecnológicos e políticos. As empresas que atuam no âmbito doméstico prestam pouca atenção às mudanças que ocorrem no mercado global, como nos estilos de vida e segmentos mercadológicos, na concorrência emergente e nos produtos melhores que já chegaram ao mercado. 
  • 2º estágio - Marketing de Exportação
   São ações desenvolvidas pelas empresas para satisfazer as necessidades dos seus clientes que implicam a transposição das fronteiras, primeira fase da internalização das empresas. É uma atitude reativa (exportações ocasionais), pois surge normalmente como uma reação a uma solicitação inesperada. No entanto, esta atitude pode tornar-se pró-ativa (processo de adaptação) no processo de internalização. A empresa utiliza as capacidades e recursos internos não fazendo qualquer investimento no estrangeiro. Caracteriza-se por um prolongamento da política comercial doméstica (o mesmo produto com o mesmo preço praticado no mercado doméstico) e pretende atingir mercados semelhantes. Exige-se, normalmente, uma adaptação na matéria prima e/ou embalagem do produto.
  • 3º estágio - Marketing Internacional
   Assim que o marketing de exportação torna parte integrante das atividades mercadológicas da empresa, ela começa através do marketing internacional, buscar novas direções para crescimento e expansão. A empresa deve desenvolver um plano de marketing independente para cada mercado, dando uma relativa autonomia às subsidiárias em termos de marketing o que resulta num mix diferente para cada mercado. O controle geralmente é feito através da matriz da empresa coordenando e auxiliando as estratégias internacionais. 
  • 4º estágio - Marketing Multinacional

   Ocorre quando a empresa vende seus produtos a muitos países espalhados pelo mundo. A administração passa a perceber o benefício da economia de escala em desenvolvimento de produtos, produção e marketing, consolidando algumas de suas atividades em bases regionais e não apenas nacionais, sugerindo que um grupo de países vizinhos possa ter comportamentos de consumo semelhantes. Assim, os custos envolvidos em aspectos promocionais podem ser rateados entre as subsidiárias de uma determinada região. 

  • 5º estágio - Marketing Global

   No último estágio, as empresas tratam o mundo como sendo um único mercado e identificam segmentos de consumidores à escala global, o que lhes permite vender o mesmo produto, da mesma forma, em todos os mercados em que a empresa esteja presente, pois existe homogeneidade das necessidades dos consumidores, o que permite obter benefícios de economias de escala (custos mais diluídos, pois produz para vários países). Os fatores políticos e legais, a concorrência e a tecnologia são vistos como fatores standard, o que torna possível praticar a mesma política de marketing à escala global.


• O FUTURO DO MARKETING •

“Pegue qualquer publicação do setor ou leia qualquer blog sobre marketing recentemente e provavelmente verá a lei de Amara funcionando: ‘Nós, invariavelmente, superestimamos o impacto de curto prazo das novas tecnologias enquanto subestimamos os efeitos de longo prazo’. Lemos muito sobre a pressa em fazer algo no próximo fenômeno tecnológico – fazer algo no Facebook, estar presente no Twitter, ou, ainda, lançar uma campanha de marketing viral. Mas muito pouco é dito sobre o impacto que a tecnologia terá na cultura no longo prazo, e sobre como isso pode desafiar as convenções sobre as quais construímos nossos programas de marketing nas últimas décadas.”
(Gareth Kay, Diretor de Planejamento Digital da Goodby, Silverstein & Partners, sobre o futuro do Marketing. Artigo publicado em maio de 2009, The Future Of Marketing)

   Ele completa dizendo que não seria tolo o suficiente para afirmar que é capaz de prever o futuro, mas fala de 4 sinais bem interessantes que ajudam a enxergarmos para onde o marketing está indo. São eles:
   
   1 - As marcas serão construídas a partir de missões culturais e sociais, e não de             propostas comerciais.

  O marketing é, historicamente, obcecado com o conceito de posicionamento – como você se difere dos concorrentes da sua categoria. Cada vez mais, as grandes marcas percebem que as pessoas não enxergam categorias e não são obcecadas por elas. O que realmente importa é ter um ponto de vista sobre o mundo, uma missão cultural para pedir que as pessoas acompanhem. Você pode começar a ver isso ganhando vida em idéias de marketing como a ‘Campanha pela Real Beleza’, da Dove, e, mais importante, inseridas no DNA de alguns negócios. A Howies, fabricante de roupas do Reino Unido, é um ótimo exemplo. Seu fundador Dave Hieatt disse, ‘Não estamos tentando vender coisas. Estamos tentando fazer as pessoas pensarem sobre algo.’ Essa crença, é auto-evidente em tudo que a marca faz, dos seus catálogos ao design da loja.


     2 - O marketing será o que você faz, e não o que você diz.

   O marketing, até hoje, vem sendo construído na noção de dizer coisas às pessoas, ao invés de fazer coisas para as pessoas. O bom marketing será, cada vez mais, sobre o que você faz, não sobre o que você diz. E isso significa que, ao invés de ser um silo dentro do negócio, o marketing precisa ser uma filosofia de toda a organização. Grandes idéias de marketing, hoje e no futuro, tendem a ‘viver’ nas operações, no design do varejo ou Recursos Humanos.

    3 - Muitas pequenas idéias, não uma grande idéia.

    O futuro do marketing está em quebrar a tirania da grande idéia, por duas razões:
   Primeiro, devemos lembrar que enquanto o marketing (e as marcas) existem para um propósito comercial, vivem em um espaço cultural. E cultura é algo muito mais rico, profundo, complexo e cheio de nuances do que 99,9% do marketing. O marketing será mais culturalmente interessante se for feito de várias idéias coerentes ao invés de repetir consistentemente uma única idéia. 
   Segundo, dada nossa habilidade de prever o futuro (apesar das fortunas gastas com pesquisa), faz muito mais sentido começar vários fogos para ver quais pegam pra valer e fazer diversas pequenas apostas, ao invés de colocar tudo de uma só vez. Nós precisamos pensar em investir um grande número de pequenas apostas, aprender com elas e, então, aplicar mais nas idéias que parecem estar funcionando (é importante lembrar que isso se tornou algo prático pelo fato da internet ter reduzido os custos de erro à quase zero).

     4 - As pessoas em primeiro lugar.

   No futuro, o marketing será colocar as pessoas em primeiro lugar. Pode soar ridiculamente óbvio, mas, geralmente, o marketing se dá em convencer pessoas de como você é bom, ao invés de trabalhar o que as pessoas se interessam e como você, neste contexto, pode ajudar ou adicionar valor. 
   Um ótimo exemplo é a campanha Tate Tracks, criada pela Fallon London para a galeria Tate Modern. Eles precisavam aumentar o número de visitantes com menos de 25 anos e, rapidamente, perceberam que as convenções do marketing de galerias – exibir arte – não favoreciam à mudança de comportamento. Ao invés, eles pensaram em algo pelo que esse público fosse fascinado – a música – e criaram uma campanha em torno disso: a arte inspirando música nova e exclusiva.

   Vale a dica do Gareth de que, além do curto prazo, a gente pense sobre os impactos futuros dessas novas tecnologias e quais serão os impactos culturais e sociais disso tudo. Vale a reflexão. 



• MEU TRABALHO • 

   Trabalho com Designer Gráfico já tem um certo tempo, sou apaixonada pelo que faço, no momento estou trabalhando com meu pai em sua micro empresa durante a manhã, em casa mesmo, e na parte da tarde em uma gráfica rápida chamada Instant Service, no Shopping  Pátio Dom Luís. Durante o dia faço atividades como criações de etiquetas, panfletos, cartões de visitas, folders, impressões, e quando tenho um tempinho livre dou uma mão para os meus colegas com xerox, encadernações e etc. Comecei a trabalhar na gráfica no mesmo dia que começaram as aulas, 24/01/11, no início a intenção de um emprego fora de casa, era a segurança de ter um salário fixo pra cumprir o compromisso com a faculdade, mas com o passar dos dias fui me aproximando e gostando cada vez mais da rotina de trabalho e das pessoas que trabalham comigo, sendo assim não pretendo sair da gráfica tão cedo, a menos que seja pra algum estágio na área de marketing.

• PLANOS PARA O FUTURO •

   Quero alcançar o sucesso antes dos 30. 
   O que seria esse sucesso?
  Ter o meu próprio negócio, uma micro empresa no ramo de gráfica ou ser gerente comercial de uma empresa, o que acontecer primeiro. A volta aos estudos vai me auxiliar muito, passei muito tempo só trabalhando e sem estudar, e agora, depois de 10 anos, consegui força de vontade pra retomar os estudos. Preciso correr contra o tempo.
   A realidade agora é outra, os planos são outros, meus olhos estão totalmente voltados para o meu futuro profissional.
    Futuro, aqui vou eu! \o/

Turismo - Por Márcia Belisário

• DESENVOLVIMENTO DO TURISMO •

     O Turismo na Antiguidade
   O fenômeno turístico está relacionado com as viagens, a visita a um local diverso da residência das pessoas. Assim, em termos históricos, ele teve início quando o homem deixou de ser sedentário e se dispôs a viajar, principalmente motivado pela necessidade de comércio com outros povos. É aceitável então admitir que o turismo de negócios, antecedeu o de lazer. (Ignarra, 2003, pág. 2)
     
      Idade Clássica

   Período que vai desde os primórdios das primeiras civilizações até à primeira metade do século XVIII
- Sumérios¹
• invenção da moeda;
• desenvolvimento do comércio;
• escrita cuneiforme²;
• invenção da roda.
Primeiras condições que possibilitaram a realização das viagens
- Romanos e Gregos
• criaram maior rede de estradas (100.000 km), alguns dos traçados ainda hoje são utilizados;
• possibilidade de viajar mais de 100 km por dia utilizando mudas de cavalos;
• Pausanias (geógrafo e viajante grego) escreveu “Descrição da Grécia”, que pode ser considerado como o primeiro guia turístico, indicando os diversos caminhos, as estátuas, os túmulos, as ruas, os templos, os estádios, os teatros, etc.;
   Junto dos templos gregos existiam facilidades para pernoitar e diversões como teatros e estádios para eventos atléticos.
- Cristãos
• a hospitalidade continuou a ser um dever e um direito sagrado que devia ser concedida gratuitamente;
• no século IV foram abertas as primeiras casas de refúgio para os viajantes e asilos, as Xenodochia;
• uma das exigências do concílio de Niceia foi que toda a cidade deveria possuir as suas Xenodochias e os seus Hospitia, dos quais o mais célebre foi o Hospice du Grand-Saint-Bernard, estabelecido em 962, nos Alpes;
• as viagens tinham como principal razão as peregrinações sendo célebres as que se dirigiam a Santiago de Compustela, em Espanha, Canterbury, em Inglaterra, à Terra Santa, na Palestina e a Meca, na Arábia;
No século XIV, existiam já guias de viagem que forneciam aos peregrinos informações detalhadas sobre as regiões que tinham de atravessar e os tipos de alojamento que poderiam utilizar;
Para apoiar as peregrinações à Terra Santa foram criadas diversas Ordens que construíram centros de assistência aos viajantes.
- Atrações turísticas da Idade Clássica
• há mais de 500 anos eram organizadas viagens pelo Nilo para visitar vários templos;
• romanos e gregos viajavam para visitar os templos e as sete maravilhas do mundo (Pirâmides de Gize, Jardins Suspensos da Babilónia, Estátua de Zeus em Olímpia, Mausoléu de Halicarnasso, Templo de Artémis em Éfeso, Colosso de Rodes e o Farol de Alexandria);
• jogos Olímpicos, Píticos, Ístmicos e Nemeus ofereciam grande número de atracções (produções teatrais, banhos termais, competições atléticas e festivais);
• prognósticos dos Oráculos (Dodona e Delfos). Eram oferecidos objectos para agradecimento aos deuses que deram origem aos primeiros museus;
• termas, iniciadas por Agripa, verdadeiros centros de turismo (existiam em todo o território imperial: Itália, França, Espanha, Portugal, Inglaterra, Roménia, Norte de África e Ásia Menor)
   A idade clássica do turismo, que se prolonga até ao século XVIII, caracteriza-se pelo fato das viagens serem individuais e se realizarem, predominantemente, por necessidades fundamentais como o comércio, as peregrinações religiosas, a saúde ou por razões políticas e de estudo.


     Idade moderna       

   Em meados do século XVIII produzem-se grandes mudanças, tanto do ponto de vista tecnológico, como do ponto de vista económico, social e cultural, que introduzem alterações significativas nas viagens.
    Nesta época popularizam-se as viagens de recreio, entre as camadas sociais mais abastadas, como forma de aumentar os conhecimentos, procurar novos encontros e experiências.
• na França desenvolve-se a construção de estradas e de redes de comunicação necessárias à circulação de toda a espécie de carruagens puxadas a cavalo: diligências, coches, carroças, etc;
• os diplomatas, estudantes e membros de famílias ricas inglesas faziam a Grand Tour (viagem de três anos, pela Europa, com paragens obrigatórias em Paris, Florença, Roma ou Veneza). Pela primeira vez passam a designar-se as pessoas que viajam como turistas;
• o movimento dos ingleses para o continente europeu influencia o desenvolvimento dos transportes, da hotelaria e da restauração;
• no século XIX, o progresso da ciência, a revolução industrial, a multiplicação das trocas, o desenvolvimento dos transportes, em particular do comboio e a transmissão de ideias com a generalização da publicação de jornais, dão um novo impulso às viagens que começam a encontrar a sua verdadeira identidade: um meio de as pessoas se interessarem pelas particularidades de cada povo, pelas tradições, pelo exotismo e por outros modos de vida e novas culturas;
• surgem os primeiros hotéis alguns de cadeias ainda hoje existentes como a Pullman e a Ritz;
• Thomas Cook inventou o turismo organizado. A primeira viagem organizada foi num comboio alugado por Thomas Cook, entre Leicester e Loughborough, destinada aos participantes de um congresso de médicos. As viagens organizadas de Thomas Cook, o lançamento de uma nota circular, antecessora dos travellers cheques, marcaram uma das mais importantes etapas na história do turismo e estão na origem do turismo dos nossos dias;
• a primeira década do século XX caracterizou-se por transformações e inovações que alteraram profundamente os modos de vida: a descoberta do telégrafo e do telefone, o alargamento da rede de caminhos de ferro, a extensão das redes de estradas, o grande desenvolvimento industrial, que todos conduzem a uma maior democratização das sociedades e a novos conceitos de vida;
• o tempo de trabalho diminui e alcança-se o direito ao repouso semanal pelo que o conceito de lazer surge como uma nova noção;
• o turismo transforma-se num fenômeno da sociedade, influencia o comportamento das pessoas e começa a alcançar uma dimensão econômica sem precedentes;


     A história do Turismo no Brasil

   A história do turismo no Brasil é bastante recente. O Brasil por seu caráter continental e por sua oferta por demais diferenciada, tem se destacado cada vez mais, como pólo turístico receptivo. O caráter oficial do setor turístico data de 1964, com a publicação do Guia Turístico, pela extinta Divisão de Turismo e Certames do Ministério da Industria e Comércio. A publicação reunia uma serie de informações sobre a historia do Brasil, facilidades aduaneiras para turistas, estradas e quilometragens principais, estâncias hidrominerais, parques nacionais, endereços de embaixadas e consulados no Brasil, alem de um mapa turístico elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico – IBGE (SEABRA, 2001).
Em 1966, o governo federal, reconhecendo a importância dessa atividade, "que não exige investimentos vultosos e oferece retorno em prazos relativamente curtos", criou o Conselho Nacional de Turismo (CNTur) e a Embratur, então Empresa Brasileira de Turismo e, somente em 1977 foi editado um documento contendo a Política Nacional de Turismo com as principais diretrizes básicas:
• Proteção do patrimônio natural;
• Divulgação e promoção dos valores culturais;
• Incentivo ao turismo interno, com a construção de meios de hospedagem mais simples e a redução do custo das viagens internas;
• Estimulo ao turismo do exterior para o Brasil.
   Em 2002 o numero de chegadas baixou para aproximadamente 3,7 milhões devido, em grande parte, às questões de segurança em viajar pelo mundo e em 2003 voltou a crescer atingindo aproximadamente 4 milhões de chegadas ao país de acordo com os indicadores do Ministério do Turismo. Outra realidade no país é o turismo doméstico que cresceu muito de 2001 para cá, ou seja o brasileiro passou a viajar internamente e otimizar o turismo no país, principalmente os paulistas que geraram mais receita do que os turistas estrangeiros no ano passado.
   Em 2003, com a entrada do atual presidente da republica, o turismo brasileiro ganha um Ministério do Turismo para tomar conta da atividade no país, isso denota a importância econômica e social e a visão dos governantes de que o turismo vem sendo uma ferramenta capaz de gerar desenvolvimento.
   Os números divulgados pelo Banco Central  a respeito das receitas com viagens de estrangeiros ao Brasil mostram que 2006 foi o melhor ano da história do turismo brasileiro. De acordo com boletim do BC, houve entrada de US$ 400 milhões em dezembro, encerrando o ano com US$ 4,316 bilhões em gastos de turistas estrangeiros no País. O valor supera em 11,77% os US$ 3,861 bilhões registrados em 2005, até então a melhor marca da série histórica iniciada em 1969. (Fonte:  Agência O estado em 25/01/2007)
31/10/2007 - O Brasil é escolhido pela FIFA como país sede da Copa do Mundo de 2014.

     Turismo: Impactos e Capacidade de carga

   O turismo sustentável tem como característica norteadora a condição de seus atrativos turísticos serem ambientalmente adequados, economicamente viáveis e socialmente justos. Portanto, torna-se fundamental para a prática do turismo o estudo da capacidade de carga dos atrativos turísticos, ou seja, uma mensuração de qual o limite máximo suportável de impacto pode sofrer determinado recurso.
   Organização Mundial de Turismo, em 2001, definiu capacidade de carga como sendo “máximo de uso que se pode fazer dele sem que causem efeitos negativos sobre seus próprios recursos biológicos, sem reduzir a satisfação dos visitantes ou sem que se produza efeito adverso sobre a sociedade receptora, a economia ou cultura local.”
   A atividade turística ocorre em um espaço físico, ambiental, cultural, social e econômico e repercute nesses setores de forma positiva ou negativa. Por isso, para o sucesso de qualquer programa nessa área, faz-se necessário um planejamento que dê sustentabilidade ao seu desenvolvimento e possa evitar ou minimizar os efeitos negativos e maximizar os positivos.
   A preocupação com a sustentabilidade, nessas três vertentes, insere-se no conjunto dos requisitos para capacidade competitiva dos produtos, em especial no mercado internacional. No texto do documento ministerial, que traça as linhas de ação para o programa de Regionalização do Turismo no Brasil, estão citadas algumas vantagens relacionadas à sustentabilidade (BRASIL, Ministério do Turismo, 2004):
• diferenciação dos produtos e criação de base sólida na competição em termos de valor e de rentabilidade a longo prazo;
• aumento do ciclo de vida dos produtos e dos destinos;
• criação de cadeias produtivas locais, com valor agregado, que proporcionem um crescente aumento na geração de renda para as economias locais;
• fortalecimento da participação dos atores sociais;
• desenvolvimento de incremento agrícola;
• fortalecimento da cidadania e da sensibilização da população local sobre o desenvolvimento de produtos com base sustentável;
• criação de redes solidárias de turismo inclusivo;
• manutenção e melhoria da qualidade dos recursos naturais e, consequentemente, das condições de vida da sociedade.
   Nesse Programa de Regionalização, há destaque para a valorização da questão ambiental, como diferencial na prática da atividade turística e vem ao encontro de uma demanda cada vez maior do mercado, pela proteção e pela conservação do ambiente. O que deve levar em conta a adequação dos serviços básicos, como a destinação do lixo, o esgoto sanitário, a suficiência de equipamentos e o abastecimento de água.
   Na questão sociocultural, o Programa enfatiza que o desenvolvimento do turismo só será possível se houver valorização do patrimônio cultural e, preservados os costumes locais e incentivando o resgate das tradições e da cultura popular, incluindo as manifestações artísticas, como a música, o folclore, as danças, o teatro e o artesanato.
   E no que se refere à questão da sustentabilidade econômica, o documento enfatiza a necessidade de gerar ou de captar recursos para a manutenção dele e a urgência de valorizar e de aproveitar as capacidades e as iniciativas locais, como base de construção do processo de inclusão social e fortalecimento da cultura empreendedora, com os novos negócios relacionados à atividade turística.

     Impactos socioculturais do Turismo

   Até o início da década dos anos 1970, os estudos sobre o turismo, em sua maioria, concentravam-se na medição de seus benefícios econômicos e pouca atenção era dada à interação entre turistas e comunidade local. Mas, a partir dessa mesma década, surgiram mais e mais estudiosos e profissionais do ramo, atentos aos relacionamentos entre esses dois segmentos e efeitos disso resultante (LICKORISH; JENKINS, 2000).
   Esses efeitos que o turismo produz sobre as sociedades, podendo ser positivos ou não, modificam os comportamentos sociais dos indivíduos nas comunidades, nas sociedades ou nos mercados emissores e nos receptores do turismo (MONTEJANO, 1998).
   A OMT (2001) apresenta considerações sobre os aspectos positivos e negativos, acerca do aspecto sociocultural do turismo e traz alguns pontos para reflexão.
• melhoria nas comodidades e nas instalações das localidades turísticas;
• recuperação e conservação de valores culturais (preservação e reabilitação de monumentos, de edifícios e de lugares históricos, bem como revitalização dos costumes locais: artesanato, folclore, festivais, gastronomia, entre outros);
• impacto positivo do efeito demonstração (levando os moradores a lutar pelo que necessitam , para melhorar suas vidas);
• aumento da tolerância social.
Em relação aos efeitos negativos, esse estudo da OMT sistematiza nos seguintes itens:
• diferenças sociais entre visitantes e moradores;
• impacto negativo do efeito demonstração(descaracterização da cultura local, adaptação de outros costumes, por parte da comunidade local, mercantilização das tradições, além de outros) e
• impactos do turismo de massa.
“Temos uma tendência de esquecer que os visitantes e os autóctones se encontram em situações completamente diferentes e mesmo oposta. A liberdade e o prazer de um são o fardo e o trabalho do outro. O ambiente de férias se choca com o de trabalho, e a  necessidade de repouso com as necessidades de sobrevivência” Krippendorf (2000).
   Segundo Dias (2005),podemos citar também entra outros impactos negativos o “aumento da criminalidade”. Essa é uma questão muito delicada, pois, em comunidades muito pobres, a chegada de pessoas com indícios de prosperidade pode incitar a prática de crimes, o que é extremamente preocupante.
   Já Swarbrooke (2000) comenta que o desafio do turismo sustentável está em administrar o turismo nas destinações de maneira a maximizar os impactos positivos e reduzir os negativos. No entanto, não se pode esquecer de que cada destinação é diferente das outras e os impactos reais variam, segundo os diferentes tipos de destinação, dependendo:
• da época em que a estação turística foi desenvolvida e de como o empreendimento foi planejado;
• dos tipos de turismo e dos turistas atraídos pela destinação;
• do grau de desenvolvimento da indústria turística local e de suas relações com organizações turísticas no exterior;
• da política do setor público e
• da fragilidade, ou de outra característica do meio ambiente, da economia e da cultura local.
  Segundo Middleton e Hawkins entre os aspectos negativos dos impactos socioeconômicos e culturais/educacionais encontram-se alguns pouco mencionados:
• que a atividade turística proporciona um mercado para a prostituição e é associada às drogas e à criminalidade;
• implanta nas comunidades locais os padrões morais dos países desenvolvidos, gerando cobiça, indolência, violência e crime;
• gera tensões e animosidades entre turistas e residentes;
• debilita as artes locais e as tradições culturais dos residentes locais, transformando- as em eventos artificialmente encenados para a coleta de lucros;
• destrói as identidades locais e as tradições da localidade.

     Ceará: Impactos sócio culturais negativos.

   Quanto ao Ceará, conforme informações da Secretaria de Turismo do Ceará (SETURCE,) (2007), houve um crescimento expressivo do fluxo turístico via Fortaleza (principal portão de entrada), no período de 1995/2005, quando a taxa média de crescimento do fluxo foi de 11,7% ao ano. O fluxo turístico via Fortaleza saltou de 762 mil em 1995 para 1.969 mil turistas em 2005. Atualmente existe mais de US$ 1 bilhão em investimentos privados no Estado. São 14 empreendimentos em fase de construção ou em projeto, sendo apenas três deles em Fortaleza. O governo dispõe de R$ 3,6 milhões para investir no turismo até 2009.
    Segundo a SETUR : “Ao ter como segmentos âncoras o turismo “Sol e Praia” e o de “Negócios”, e, como produto complementar o turismo cultural, a Região Turística Fortaleza apresenta sérios problemas que dificultarão as ações em prol do desenvolvimento do turismo sustentável, se não forem enfrentados, com ênfase para a questão apontada no diagnóstico referido, que é a favelização, que se encontra em áreas de risco.”
   A política estratégica do turismo no Estado do Ceará tem por objetivo a regionalização, o sentido de ampliar a oferta turística, estruturar produtos mais competitivos, integrar o planejamento e a gestão da atividade turística, bem como, fortalecer a identidade das regiões priorizadas. Esta regionalização se desenvolveu a partir das vertentes do litoral, das serras e do sertão, na perspectiva da geração de oportunidades de empregos e negócios, ao tempo que resgata e preserva o patrimônio histórico, cultural e ambiental.
   Uma das regiões é a Costa do Sol, que se estende por aproximadamente 191 km de costa, a oeste de Fortaleza e contempla 18 municípios: Acaraú, Amontada, Aquiraz, Barroquinha, Camocim, Caucaia, Chaval, Cruz, Fortaleza, Granja, Itapipoca, Itarema, Jijoca de Jericoacoara, Paracuru, Paraipaba, São Gonçalo do Amarante, Trairi e Viçosa do Ceará.
   De acordo com a SETUR (2007), o aproveitamento do potencial turístico dessa mesorregião, pode ser expresso por “investimentos em resorts, hotéis, pousadas, parques de diversões, casas de espetáculos, esportes e equipamentos náuticos e atividades ligadas à produção de artesanato às manifestações folclóricas locais”. Na Costa do Sol são encontradas 22 áreas protegidas, distribuídas em 10 categorias.
   Conforme informações da SETUR (2007), a situação atual dessas áreas, no que tange à implementação de plano de manejo, viabilidade econômica e administrativa, pressões de uso e ocupação de solo, desenvolvimento da atividade turística, níveis de degradação e legislação de proteção aos recursos naturais é semelhante, pois nenhuma delas tem plano de manejo implementado. A questão da viabilidade econômica é bastante delicada por não existir receita própria sendo gerada. A estrutura administrativa não é a ideal para o funcionamento dessas nidades de conservação e todas sofrem pressão de uso e ocupação do solo. A atividade turística só se desenvolve em duas áreas: o parque nacional de Jericoacoara e no parque ecológico estadual do Rio Cocó.
   Alguns dos principais impactos negativos que podem ser gerados na Costa do Sol são:
• alterações no uso do solo, mediante a construção de equipamentos e de facilidades sem o devido respeito às leis ambientais ou as de uso e ocupação do solo;
• fuga da fauna local, provocado pelo desmatamento ou ruídos;
• especulação imobiliária, ocasionada pelo intenso afluxo de turistas, gerando expectativas aos proprietários locais que, vislumbrando oportunidades de altos rendimentos, supervalorizam os valores de suas terras, onerando o processo;
• sobrecarga dos serviços de saneamento, principalmente água e esgoto (ou então a contaminação de lençóis freáticos pela ausência dos serviços de saneamento/tratamento);
• aumento dos preços das mercadorias em geral, não só para os turistas como também para moradores locais;
• alteração dos hábitos alimentares devido a mudança na forma de geração de renda;
• possibilidade do crescimento dos “lixões”;
• descaracterização das tradições locais, devido ao efeito “demonstração“ dos turistas, fazendo com que os autóctones mudem seus hábitos tradicionais;
• destruição de dunas a partir de construções ou do aumento do tráfego de pessoas/veículos;
• transformação da paisagem devido às construções irregulares e/ou o desmatamento provocado no sentido de se ocupar áreas para a instalação de equipamentos e facilidades para os turistas ou moradias secundárias.

Fontes: 
• IGNARRA, Luis Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo:Cengage Learning, 2003.
• Agência O estado edição de 25/01/2007 disponível em www.ae.com.br
• GÂNDARA, José Manuel e RAMOS, Simone E. Villanueva. Estudo sobre  o Desenvolvimento do Turismo no Ceará e seus Possíveis Impactos na Costa do Sol, disponível em http://www.ucs.br/ucs/tplVSeminTur%20/posgraduacao/strictosensu/turismo/seminarios/semin_tur/arquivos/gt12-02.pdf
Programa de Capacitação Profissional e Empresarial para o Turismo, Apostila Módulo Integrador, Capítulo III, págs 45 a 47.



¹Segundo os relatos históricos e as descobertas arqueológicas as civilizações da Mesopotâmia já encontrava-se no vale mesopotâmico por volta de 5.000 a.C., advindos de uma região montanhosa ao norte do Mar Cáspio. Dentre esse povos destacam-se os sumérios, que foram a primeira civilização a estabelecer-se na Baixa Mesopotâmia, mais especificamente na cidade de Susa, à leste do vale. Nessa região os sumérios construíram uma cultura admirável e suas descobertas serviram como base para diversos povos da Antigüidade. Ler mais...

²A escrita cuneiforme foi criada pelos sumérios, e sua definição pode ser dada como uma escrita que é produzida com o auxilio de objetos em formato de cunha. A escrita cuneiforme é uma das mais antigas do mundo, apareceu mais ou menos na mesma época dos hieróglifos, foi criada por volta de 3.500 a.C. No começo a escrita era meio enigmática, mas com o passar do tempo foram se tornando mais simples. Ler mais...

• MINHA PROJEÇÃO •


   Quero já em 2012 abrir minha empresa de coquetéis e drinks para eventos de pequeno porte, isso no 1°semestre. O que almejo para 2013 é poder passar o 1°semestre no Canadá fazendo intercâmbio para melhorar meu inglês, na volta quero trabalhar na Casa Blanca Turismo, ou quem sabe trabalhar  no Novo Centro de Eventos fazendo contatos para antes e principalmente depois da Worldcup 2014.